Operação Rose

Ao lado de um banco decorado com grafite, me virei para Rose e disse: “Você está correndo grandes riscos por nós.” “A liberdade vale os riscos,” disse Rose. “E quanto aos riscos para sua família?” Rose se virou e me ofereceu um olhar raivoso. “Quem disse que eu tenho uma família?” “Eu assumi que você é casada,” eu disse, “com filhos.” Rose parecia uma dona de casa. Ela não usava anéis nos dedos, mas toda a sua atitude sugeria um ar de dona de casa. “Prefiro não mencionar minha família,” disse Rose. “Eu entendo,” eu disse. Nesse momento, o som de um órgão reverberou pela catedral. Sua aparição repentina me pegou de surpresa. Isso assustou Rose e a fez pular. “Eu tenho que ir,” ela disse. Eu balancei a cabeça. “Tome cuidado.” Esperei e escutei o órgão. O som era moderno, eletrificado. Não reconheci a melodia, mas era bastante agradável. Lá fora, caminhei pelas vielas estreitas, pelas ruas de paralelepípedos. Eu não sabia explicar por que, mas eu adorava ruas de paralelepípedos. A uma distância de quinhentos metros, virei-me e olhei para a catedral e refleti sobre Rose. Eu considerava que ela era um enigma. Maxime Durand tinha garantido por ela. Londres confiava em Durand, mas eu tinha minhas dúvidas sobre ele. Por questões de segurança, achei que deveria aprender mais sobre Rose.